A frase eu ouvi na terapia, esse lugarzinho de acolhimento, mas também de perguntas intrigantes.
Na mesma hora que eu ouvi essa pergunta eu chorei. Um choro que estava contido, mas que a pergunta fez transbordar. Qual o preço que eu pago por não ser alguém convencional?
Por ser tão crítica e ter um olhar apurado pro que não está certo e que provavelmente vai dar merda?
Por não ter medo de enfrentar pessoas e situações que eu discordo?
Por dizer não, por agir como uma leoa quando querem mexer na minha rotina, tempo e energia?
Por odiar reuniões que podem ser e-mail, prolixidade e falta de objetividade?
Algumas respostas: às vezes caio num lugar solitário e de incompreensão. Sou tida como agressiva, grossa, direta demais. E eu sou consciente disso. Ser diferente é muitas vezes, sim, um lugar de solidão.
Mas a vida, como eu já disse, é engraçada. A solidão só dura o tempo de eu conseguir verbalizar o turbilhão que eu tô sentindo.
Ao falar, eu escuto, sou acolhida, vejo olhares e palavras de identificação e compreensão. Também tem pessoas que vivem o preço dessa diferença como eu.
E eu sei que não existe jeito certo nem errado de ser. Mas existe uma coisa chamada essência, e que mesmo se você passar por tantas mudanças que forem, vai ter um centro, um núcleo seu imutável ali.
Nesse meu centro as coisas tem que ter sentido e significado. Quanto mais objetivo e direto, melhor. Então, não, eu não vou querer ir pra uma reunião sem pauta e sem horário definido (e se eu estiver, saiba, que minha cara de revoltada vai estar presente kkkkkkk).
Se o preço que tiver que pagar por ser diferente é decepcionar pessoas, mas respeitar a mim mesma: estou interessada, qual valor?
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