“Solte as pessoas, Emanuele”, minha terapeuta me diz. Isso voltou pra eu aprender de novo. Soltar as pessoas é respeitar que a jornada delas é diferente da minha e por mais que eu queira, com todas as minhas forças, ajudá-las, dar soluções, oferecer caminhos, eu não posso obrigá-las a nada.

Não posso mudá-las. Não posso atropelar o processo dos outros. Pra quem nasce sobre o sol de aquário e vê lá na frente, é um baita desafio. Pra quem ama as pessoas, valoriza tanto afetos e amizades, ver o sofrimento do outro e ficar inerte é muito dolorido.

Pra quem muitas vezes já esteve na mesma situação e já obteve alguns aprendizados, já errou, já mudou, já aprendeu, já viu saídas, é doído demais não poder ajudar a encurtar caminhos. Mas o caminho não é meu. Não sou eu que vou percorrer. Não sou eu que tenho todas as respostas e sabedoria do mundo. E eu tenho que soltar.

Talvez seja necessário que as coisas e as pessoas quebrem. Que fiquem cacos e pratos no chão. Talvez isso seja muito mais útil do que minha vã ilusão de “estar ajudando”. Talvez eu deva confiar mais na sabedoria de Deus e da vida agindo na vida dos meus afetos. Talvez eu deva só plantar sementes, com respeito e quando solicitado.

Talvez eu seja mais útil ouvindo, estando de fato presente, cuidando de mim e compartilhando o que vivo e acredito pelas minhas práticas, exemplos e escrita, do que de fato falando diretamente.

E talvez, um dia, eu veja que dos cacos, elas estão fazendo lindos mosaicos. Renascendo. Se reencontrando. E talvez nesse momento eu compreenda que amar também é soltar.

Meu instagram: https://www.instagram.com/textosdamanuela/

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