Às vezes me pego pensando que eu podia mesmo ter investido em ser astronauta. Gosto de ciências, gosto das estrelas, do céu, dos mistérios. Ou podia ter ido pela Matemática, Nutrição, Gastronomia, História ou Tecnologia, todas também são áreas que eu gosto.
Mas eu escolhi o Direito e nos últimos anos, advocacia tem me escolhido. Aí no Direito temos um mundo de possibilidades e eu também já pensei em concursos, e o sonho da AGU era muito forte a até um tempinho atrás. Só que aí no meio do caminho, veio um escritório. E desde então a advocacia tem sido uma realidade.
Ao longo dos últimos anos já me questionei várias vezes. Se era isso que eu queria mesmo, se eu nasci pra ser advogada porque eu não era extrovertida demais, nem seguia um padrão, nem era o tipo de advogada litigante. Sempre gostei da parte mais técnica, de peticionar, de construir ou destruir teses, de ensinar e ajudar pessoas.
A questão é que a advocacia não me deixa só na minha parte mais cômoda. Ela me desafia, várias vezes. Tive que aprender a falar com as pessoas, ter uma linguagem mais acessível; tive que aprender a ser firme sem ser autoritária; tive que aprender a pedir ajuda, a aceitar que não sei tudo, a delegar, a liderar; tive que aprender sobre marketing, finanças, gestão, a lidar com exposição; já errei muito, tive que aprender com esses erros e recomeçar; tive que aprender a dizer não; tive que aprender inclusive que eu sou muito mais que advogada, que tenho outras áreas na vida que também importam pra mim além do trabalho.
A advocacia é muito mais que advogar, envolve uma série de conhecimentos e te instiga a se desenvolver como pessoa, se você realmente a quiser. Não sei se como astronauta teria aprendido tanto como o que já vivi nesses 7 anos de advogada. Fora o tanto que ainda tenho a aprender. Mas uma coisa tenho como fato: estar como advogada, nesse momento, me realiza. Pode ser que amanhã eu mude. Pode ser que surja a vaga na NASA (risos). Mas, por hoje, o coração é cheio de gratidão por essa profissão.
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