A gente só aprende vivendo?

Tenho um movimento (ou padrão) curioso: resisto, enfrento, não aceito algo se aquilo for contra minhas convicções e meus valores. Se não tiver sentido nem significado pra mim. Se eu não ver dados nem argumentos que sustentem o que me é apresentado. A legítima aquariana “do contra”.

Mas se por alguma situação a vida me colocar naquele lugar ou em uma perspectiva nova em que passo a viver com profundidade a mudança que eu não queria, tudo pode mudar. Começo a compreender o porquê de algumas coisas. Me permito ler, estudar, acessar fatos e dados. Me permito viver.

E todas às vezes que isso tem acontecido, de novo percebo que tem coisas que não adianta: preciso viver pra saber. Infelizmente, aos que falaram e anunciaram só vai restar respeitar o tempo de eu vivenciar o processo. Esperar que eu faça a travessia para novos lugares que antes eu não podia (ou não queria) ver.

Nesses momentos de transição, velhas sensações: medo, estranheza (será que ainda serei quem eu sou?), o que ainda é essencialmente meu e que vai ficar? O que devo desapegar? Como não ir para o outro extremo?

Numa jornada marcada por mudanças, cada vez me cabe aceitar que a sabedoria é aceitar a impermanência de tudo. Aceitar que não controlo nada, que além do meu lindo lado terra (prático, objetivo, assertivo) talvez também preciso aceitar minhas águas: fluídas, adaptáveis, serenas.

“A água não resiste. A água flui. Quando coloca a mão dentro dela, tudo o que você sente é carinho. Água não é uma parede sólida, ela não o impedirá. Mas a água sempre chega aonde quer chegar, e nada consegue ir contra a correnteza. A água é paciente. A água que pinga desgasta uma rocha. Lembre-se, minha criança. Lembre-se que é metade água. Se não pode atravessar um obstáculo, dê a volta, como faz a água”. (Margaret Atwood)

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