“Sempre em frente, não temos tempo a perder”, fala Renato Russo. E nós corremos. Para onde? Quando eu terminar o fundamental vai ser bom. Ah, quando eu tiver 15 anos… Quando eu entrar na universidade vou ser feliz. Ou quando casar. Ou quando divorciar. Ou então, me aposentar? E se ela não chegar?
E se a vida tiver passado e só sobrar a sensação de quem viveu esperando ou se apressando mas não foi efetivamente feliz? Aí não dá pra voltar. Afinal, se tem uma coisa que não dá pra recuperar é tempo perdido. O que fazer então?
Gosto muito da oração da serenidade: “Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos mudar; coragem para mudar as que podemos e sabedoria para distinguir a diferença”. O Renato Russo dizia que “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar na verdade não há”…
E se não houver amanhã? Você já se perguntou isso? E se você tivesse só hoje para viver, o que você faria? Eu acho que eu ia querer ficar com a minha família, com os meus amigos, sorrir e ser feliz. Simples, não? No fundo quanto mais nos enchemos de coisas mais vazios ficamos. E quanto mais corremos para alcançá-las, ou quanto mais as acumulamos, mais precisamos de coisas para ser feliz.
Não basta ligar, tem que ter câmera, MP3, bluetooth. E quanto tem, mais insatisfeitos são. Oscilando do desejo… Ao tédio. Osho dizia que devemos usufruir das coisas e não nos apegarmos a elas.
O desapego é importante. Devemos sim batalhar por uma vida mais digna e confortável, mas sem esquecer de aproveitar a vida do lado daqueles que amamos. Somos seres sociais. Precisamos de pessoas, de calor humano, de amor.
É com isso que vamos cultivando sabedoria para extrair lições da dor; paciência para deixar, às vezes, as coisas seguirem seu rumo e paz consigo mesmo, vinda da certeza que somos senhores, apenas, do presente.
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