
Falar é cura para mim
Acho curioso, entretanto, como isso parece ir na contramão do socialmente aceito. Não somos ensinados sobre como lidar com nossas emoções, temos que esconder o que sentimos para não constranger ninguém, podemos "assustar" as pessoas se somos verdadeiros desde o princípio. Vivemos vestidos em armaduras do "eu não importo", "eu não sinto nada", "o outro tem que adivinhar o que eu quero", "se eu falar o que eu penso, vai acabar".

Eu, a criança “que nunca deu trabalho”
Li, levei pra terapia, conversei com várias pessoas e refleti muito esses dias sobre como a criança que eu fui ditou (ou ainda dita) algumas das minhas formas de agir. Eu fui a "criança que nunca deu trabalho". A que só tirava notas altas, não trazia demandas, caladinha. Então, lidar com o fracasso e me expor a situações desafiadoras não foi muito comum não.

Qual o preço de ser diferente?
A frase eu ouvi na terapia, esse lugarzinho de acolhimento, mas também de perguntas intrigantes.
Na mesma hora que eu ouvi essa pergunta eu chorei. Um choro que estava contido, mas que a pergunta fez transbordar. Qual o preço que eu pago por não ser alguém convencional?

“O quanto de imperfeição você aguenta?”
Vi essa frase em um curso e nunca mais esqueci. Na hora, mentalmente respondi: "muito pouco". E ao avançar na leitura vi que a autora comenta que quanto mais ligados a controle e perfeição, muito pouco fazemos e mais procrastinamos.

A gente só aprende vivendo?
Tenho um movimento (ou padrão) curioso: resisto, enfrento, não aceito algo se aquilo for contra minhas convicções e meus valores. Se não tiver sentido nem significado pra mim. Se eu não ver dados nem argumentos que sustentem o que me é apresentado. A legítima aquariana "do contra".

Uma pergunta: “Onde está Deus?”
Fé é a certeza das coisas esperadas, mas ainda não observadas. Fé é confiar, mesmo que tudo esteja totalmente parado.

Quíron, o curador ferido
Eu olho pra esse mito e reflito sobre tanta coisa! Quantas vezes fui tão machucada em uma área da minha vida, a ponto daquilo se tornar uma ferida que incomoda, lateja, não fecha.

Do dia que fiquei presa no elevador
Ficar presa no elevador escuro é desesperador. Passa um filme na cabeça. E seu eu morrer aqui? E se eu ficar sem ar? E se me encontrarem morta aqui? E se ninguém me ouvir ou der falta de mim somente muito tempo depois? E se minha vida foi só isso mesmo?

Resgatando o que sempre foi meu
Cada dia tenho descoberto mais o que sempre foi meu. Me aproprio de saberes, intuições, práticas que sempre estiveram aqui, mas por algum motivo, em algum momento eu acreditei que não soubesse, não pudesse, não era capaz. Que não eram pra mim.

O medo: “podem me julgar”
Durante um tempão isso ressoou na minha cabeça. O medo do julgamento alheio. A impossibilidade de expor meu corpo por causa da minha profissão, da minha personalidade, da imagem que eu tenho que passar.

Ser autêntico é um filtro
Quantas vezes ser diferente foi doloroso pra caramba. Não me encaixar, não ser tão falante, tão descolada, popular. Quantas vezes eu ensaiava cada palavra que ia dizer com medo de ser mal interpretada ou pra manter as amizades.

“Solte as pessoas, Emanuele”
"Solte as pessoas, Emanuele", minha terapeuta me diz. Isso voltou pra eu aprender de novo. Soltar as pessoas é respeitar que a jornada delas é diferente da minha e por mais que eu queira, com todas as minhas forças, ajudá-las, dar soluções, oferecer caminhos, eu não posso obrigá-las a nada.