Do dia que fiquei presa no elevador

Ficar presa no elevador escuro é desesperador. Passa um filme na cabeça. E seu eu morrer aqui? E se eu ficar sem ar? E se me encontrarem morta aqui? E se ninguém me ouvir ou der falta de mim somente muito tempo depois? E se minha vida foi só isso mesmo?

Ao mesmo tempo do turbilhão de pensamento e da respiração ofegante pela ansiedade, meu senso de agir foi bater na porta do elevador e gritar por socorro. Antes disso comecei a rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria pedindo pra meu pai e minha mãe me ajudarem.

A gritaria e as batidas na porta chamaram a atenção de vizinhos que me ouviram e falaram que iam avisar na portaria. A luz voltou. A agonia deve ter sido menos de 10 minutos. Eram dois homens e uma meninazinha os primeiros rostos que vi quando as portas se abriram, os vizinhos anjos que me ouviram.

Sai ofegante, respirando fundo, tremendo de medo. Eles concordaram que a experiência deve ter sido horrível. Consegui caminhar, respirar novamente e seguir a vida.

Pra eu me lembrar:

1. Levar sempre a porra do celular (pode ser uma forma de me comunicar numa emergência);

2. Se der, prefira as escadas;

3. Controle sua respiração e aja (muito feliz porque eu não me apavorei, não desmaiei, nem fiquei sem ar: eu agi);

4. Ter um susto assim te faz valorizar a vida, viu. De que eu vou ter medo de viver, me expressar, assumir meu poder? A vida é literalmente agora, um segundo e a gente não tá mais aqui.

Meu Instagram: https://www.instagram.com/textosdamanuela/

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