“- Mãe, a senhora tem labirintite né? Eu acho que tô com isso.
– Rum, armaria menina, tu vai ter tudo que eu tenho agora? Kkkkkkk”
Graças a Deus que a labirintite não foi diagnosticada, mas a sensibilidade aos ruídos que ela tem eu tbm tenho. Ah, a genética!
Mas o mais incrível (ou nem tanto kkkkk) que eu acho não são só as questões biológicas que podem ser herdadas. São as sabedorias, é a ancestralidade, os ensinamentos que também são passados. Com minha mãe aprendi que “por causa de um grito não se perde uma boiada”. Aprendo a ser fênix, a renascer das cinzas e voltar cada vez mais inteira, mais eu mesma.
A fazer as coisas organizadas, mas o perfeccionismo dela e meu, estamos quebrando juntas. Nem sempre ele é saudável pra gente. Aprendi a amar as plantinhas! Essa sabedoria foi ela que me ensinou. Minha casa está cheia delas e eu vejo o poder curador das plantas, da natureza.
Aprendi a mesmo com medo, fazer as mudanças necessárias. Minha mãe nunca hesitou em sair de lugares que não eram bons pra ela. A mudar de casa kkkkk. A mudar de cabelos, de roupa. A mudar. E com isso eu aprendi, muito cedo, que uma das constantes da vida é a mudança. E que isso exige uma confiança tremenda em Deus e na sua sabedoria.
Aprendi sobre chás, sobre espiritualidade, sobre fé. “Eu vou cair em oração”, é uma das frases que ela diz. E essa fé dela move montanhas mesmo! Aprendi a acreditar nos meus sonhos e das pessoas. Mesmo as coisas que pra mim parecem malucas, se ela diz que vai fazer, eu acredito. Porque ela faz mesmo! Ela é uma mulher que faz, que se move, que coloca pra resolver. E isso, inegavelmente, está em mim.
Aprendi o poder transformador do tempo, e da sabedoria que vem com ele. Como podemos a todo tempo curar nossas relações e sempre recomeçar. O amor sempre está aí, a nossa espera, pra gente se deixar ser amado, cuidado, transformado.
E hoje, quando ela vem com seu cabelo tingido, escovado ou cacheado, suas roupas coloridas e suas sacolas, sua voz estridente e seus jeitos meio malandros, e alguém me pergunta: quem é ela? Eu respondo, com um sorriso de orelha a orelha: Ah, essa é a minha MÃE!
Te honro, mãe!
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