Uma vez um jovem mestre me disse enquanto nadávamos na piscina: “Manu, parece que tu tem sempre um checklist que tu vai riscando na cabeça”. No momento, dei uma leve revirada de olhos e pensei que uma vida sem objetivos, metas e “to do” deve ser muito sem sentido.
Veja só, logo eu, quase capricorniana não saber qual o próximo passo, plano, meta a conquistar? Impensável.
O tempo foi passando e outra vez me deparo com essa informação de que vivemos muito orientados a seguir “passo-a-passo” e que principalmente, quando se trata de inconsciente, emoções e processos da vida, talvez a coisa não seja tão linear assim.
Às vezes você precisa alcançar um certo nível de consciência para aí sim dar o próximo passo. E aí, parece que algo finalmente ressou aqui dentro. A vida não é riscar um checklist. A vida não há de ser uma sucessão de entrar na escola, sobreviver ao ensino médio, passar no vestibular, arrumar um emprego, casar, ter filhos, comprar um carro, financiar uma casa e viver uma sequência de dias iguais até morrer.
Não acredito que a sabedoria universal nos prestaria a esse papel.
Não é que nenhum desses desejos seja errado, supérfluo. O que me aflige é o “tenho que”. Tenho que fazer isso, passar nisso, conquistar isso. Tenho que estar assim e assado. Esse “tenho que” me mata (não sou obrigada a nada! Hahaha)
Hoje, aos poucos estou quebrando meus passo-a-passo e me permitindo vivenciar o processo, o caminho. Não é só pelo resultado, pela linha de chegada. É pela Manu que vai descobrindo tanta coisa sobre si que estava oculta, forças, travas, conhecimentos, tanto quando perde e também quando ganha. É pela Manu que entende que a vida é cíclica, nada linear, cheia de altos e baixos, vai e voltas.
A vida não é só marcar um “x” nas tarefas cumpridas.
Hoje, para mim, a vida talvez seja mais por quem eu sou e me torno enquanto vou usufruindo, experienciando e vivendo um dia de cada vez nesse planetinha.
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