Escrevo esse texto com um sorriso de canto a canto dos lábios. Um sorriso para fora mas “também para dentro, para mim mesma”. Na minha trajetória, enxergar os caminhos que me trouxeram até aqui é digno de um roteirista bem criativo (tirando a parte que não controlo, eu mesma hahaha). Mas a verdade é que, muito além de mais um rótulo, se reconhecer bruxa diz muito sobre mim.
Apaixonada pelas estrelas e as histórias que elas contam. Sempre em diálogo com a lua e sua influência sobre as minhas águas, as transparentes e as vermelhas. A cura que vem do verde, do barulho dos ventos, do indo e vindo das ondas do mar, dos pés fincados no chão em contato com a mãe terra.
A paz que eu encontro no silêncio. No adentrar a caverna e me deixar lá ficar, acolhendo, mantendo distância. Regenerando.
A intuição, muitas vezes sutil, outras escandalosas. As sincronicidades. A sensação de ser uma alma antiga, com uma certa preguiça de tanta burocracia e lentidão. O olhar de criança para tudo que é novo, disruptivo, diferenciado.
O ver além. O saber o que ninguém me disse. Os sonhos sempre nítidos, contando histórias do passado, do presente e do futuro (às vezes, tudo ao mesmo tempo). As memórias ancestrais. A sensibilidade em meio a um mundo que me pede “se adapte”. A sabedoria de dizer: sinto muito, mas não.
Não quero. Não vou fazer. Não vou aceitar. Não combina comigo. Se tem algo que realmente me fez “bruxa” foi usar mais essa palavra mágica: não. E eu sei que por isso, muitas foram queimadas.
Eu, bruxa. Insurgente. Sensível. Inadequada. E por isso mesmo, cada dia mais admirada, da mulher que se revela em mim.
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